O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, o Afreximbank, as Plataformas Industriais Integradas Arise, o Grupo Banco Islâmico de Desenvolvimento e a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial lançaram nos Market Days do Fórum Africano de Investimento de 2023 uma nova Aliança focada no setor privado para colmatar a lacuna crítica de financiamento na agricultura.
Os membros fundadores de uma nova Aliança para Zonas Especiais de Processamento Agroindustrial (SAPZ), centrada no setor privado, anunciaram 3 mil milhões de dólares em novos investimentos para transformar as zonas rurais subdesenvolvidas de África em corredores agroindustriais de prosperidade.
A Aliança, que inclui instituições financeiras de desenvolvimento, o setor privado e parceiros técnicos orientados para o desenvolvimento, também ajudará a simplificar o desenvolvimento e a execução dos projetos das Zonas de Processamento Agroindustrial.
Os novos compromissos consistem em 1,1 mil milhões de dólares do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, mil milhões de dólares do Afreximbank, 300 milhões de dólares do Grupo Banco Islâmico de Desenvolvimento (IsDB) e 600 milhões de dólares da Arise Integrated Industrial Platforms (Arise IIP) e dos seus parceiros.
O Dr. Akinwumi A. Adesina, Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, afirmou: "A Aliança irá angariar fundos através de várias janelas de investimento para a preparação de projetos, desenvolvimento e construção de projetos e financiamento para empresas inquilinas".
"Ao fazê-lo, a Aliança irá colmatar a lacuna crítica de financiamento, complementar as iniciativas existentes e mobilizar recursos para o nosso objetivo comum de aumentar o valor acrescentado agrícola em África", acrescentou Adesina.
A Aliança foi lançada nos Market Days do Fórum Africano de Investimento de 2023, o principal investimento do continente, em Marraquexe, Marrocos, na quarta-feira. Durante a sessão de lançamento, os membros fundadores discutiram como o modelo SAPZ poderia ter impacto no processo de agro industrialização de África.
"A beleza desta Aliança reside no facto de reunir uma série de atores diferentes e diversificados – é apenas um começo e outros se juntarão a nós", afirmou a Dra. Beth Dunford, Vice-Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento para a Agricultura e Desenvolvimento Humano e Social.
As Zonas Especiais de Processamento Agroindustrial estimulam a transformação estrutural na agricultura, ligando o desenvolvimento rural e urbano através do ecossistema da zona. Estas zonas integram os pequenos agricultores nas cadeias de valor através da logística e das infraestruturas, ligando-os aos processadores agroindustriais e aos mercados de consumo.
Benedict Oramah, Presidente do Conselho de Administração do Afreximbank, congratulou-se com o aparecimento da Aliança e sugeriu que, para atrair o setor privado, deveria ser considerada a criação de organismos reguladores continentais que os países pudessem respeitar. "Projetos desta natureza são muito visíveis", explicou.
De acordo com os membros da Aliança, o cumprimento deste objetivo de financiamento permitirá realizar mais 15 a 20 projetos SAPZ em vários países do continente e melhorar os incentivos administrativos, políticos e de investimento.
"O financiamento por si só nunca foi suficiente para o desenvolvimento", afirmou o Eng. Hani Sonbol, Diretor Executivo da Corporação Islâmica Internacional de Financiamento do Comércio e Diretor Executivo em exercício da Corporação Islâmica para o Desenvolvimento do Setor Privado, em representação do Presidente do IsDB, Dr. Muhammad Al Jasser. "O reforço da soberania alimentar em África exigirá que pensemos de forma diferente em termos de investimento. Procuramos a autossuficiência, as alterações climáticas e a adaptação, e a forma de atrair o envolvimento do setor privado", afirmou.
O Diretor Executivo da Arise IIP, Gagan Gupta, sublinhou a necessidade de infraestruturas em torno das zonas que refletem as necessidades destas comunidades, incluindo habitação, transportes, saúde e serviços de extensão. "Estas zonas dependem dos governos para os enquadramentos políticos, infraestruturas de apoio e centros de formação e profissionalização", afirmou.
A Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI) traz, por seu lado, para a Aliança uma riqueza de conhecimentos de assistência técnica, experiência prática, ferramentas e metodologias.
"Temos muita experiência no desenvolvimento, planeamento e implementação de parques industriais e zonas económicas especiais", afirmou Gunther Beger, Diretor-Geral da Direção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Inovação e Transformação Económica da ONUDI. "A Aliança apresenta uma abordagem completamente nova para transformar o sistema agroalimentar de África. Trata-se de uma parceria muito necessária entre instituições financeiras e intervenientes dos setores público e privado", acrescentou.
Em todo o continente, o Banco Africano de Desenvolvimento já afetou 853 milhões de dólares para desenvolver mais de duas dúzias de Zonas Especiais de Processamento Agroindustrial em 11 países. Este investimento atraiu 661 milhões de dólares de cofinanciamento de parceiros do Banco.
O Professor Oyebanji Oyelaran-Oyeyinka, Conselheiro Especial Sénior do Dr. Adesina, concluiu: "A SAPZ é um instrumento concebido para alcançar o duplo objetivo de transformação estrutural e desenvolvimento rural através da agroindustrialização."
Antes do debate, Ryad Mezzour, Ministro da Indústria e do Comércio do Reino de Marrocos, apelou às grandes empresas do setor privado para se tornarem arrendatárias da SAPZ. "É necessária uma empresa que possa trazer as outras – que integre esta área."
O Ministro de Estado e do Tesouro do Ruanda, Richard Tusabe, afirmou: "As Zonas Especiais de Processamento Agroindustrial dar-nos-ão a oportunidade de produzir em massa os alimentos de que necessitamos para alimentar a nossa população. Precisamos de alimentar a nossa população – não há atalhos".
O Fórum Africano de Investimento atrai chefes de governo africanos, investidores, patrocinadores de transações e instituições financeiras de desenvolvimento. O Fórum também inclui sessões de reuniões que apresentam aos investidores milhares de milhões de dólares em negócios nos setores do agronegócio, transportes e energia, entre outros setores críticos. Para saber mais sobre o Fórum Africano de Investimento, clique aqui.
- Discurso de abertura do Dr. Akinwumi Adesina
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