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Market Days do Fórum Africano de Investimento 2024: Investidores mundiais reúnem-se para desbloquear o potencial de investimento no continente

04Dec2024

O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento acolheu uma reunião de alto nível de seguradoras globais, agências de crédito à exportação (ECA) e investidores institucionais para explorar soluções inovadoras de partilha de riscos, à margem dos Market Days do Fórum Africano de Investimento de 2024. 

O Dia das Seguradoras e das ECA, que se realizou pela primeira vez no continente, a 3 de dezembro, reforça o empenho do Banco em trazer financiamentos em grande escala para África. O evento incluiu sessões abrangentes sobre a visão e a estratégia do Banco Africano de Desenvolvimento, as perspetivas económicas de África, bem como discussões aprofundadas sobre operações soberanas e não soberanas, gestão de riscos e desempenho da carteira. Os participantes incluíram representantes da União de Berna, Axa, Marsh, Allianz, Chubb, Banco de Comércio e Desenvolvimento, LGIM, Sinosure, JBIC e ICIEC, entre outros. 

Liderado por executivos seniores do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, incluindo a Vice-Presidente Sénior Marie-Laure Akin-Olugbade e a Vice-Presidente e Diretora Financeira Hassatou N'sele, o programa proporcionou aos participantes uma visão detalhada das operações do Banco Africano de Desenvolvimento e das oportunidades de colaboração. 

Na abertura do evento, N'Sele destacou a necessidade urgente de colmatar o défice de investimento em infraestruturas em África. Observou que os investidores privados representam atualmente apenas 10% do financiamento de infraestruturas no continente, menos de metade do nível na Ásia. Com África a necessitar de 1,3 biliões de dólares por ano para atingir as suas metas dos ODS até 2030, sublinhou o compromisso do Banco Africano de Desenvolvimento de expandir a sua capacidade financeira em 73 mil milhões de dólares nos próximos 10 anos. Isto será alcançado através de várias abordagens inovadoras de estruturação, incluindo uma melhor alavancagem das comunidades de seguradoras e da ECA, explicou. 

A sessão contou com discussões dinâmicas sobre as tendências emergentes no financiamento do desenvolvimento, incluindo o papel crescente dos empréstimos desvinculados e a evolução dos produtos das agências de crédito à exportação (ECA). Os participantes observaram um aumento de 30% nos volumes de cobertura desvinculada ao longo do último ano, refletindo uma maior flexibilidade na forma como as ECA estão a apoiar o comércio e o financiamento do desenvolvimento. N'Sele observou que, tendo em conta que os investidores institucionais globais, como os fundos soberanos e as companhias de seguros, gerem activos superiores a 100 biliões de dólares, atrair até mesmo uma pequena fração desses fundos para o investimento em infraestruturas africanas contribuiria muito para colmatar o défice de financiamento.  

Os participantes também ficaram a conhecer os planos do Grupo Banco para o seu braço concessional, o Fundo Africano de Desenvolvimento (ADF), nomeadamente a intenção de obter um rating AAA até 2025-2026. As seguradoras acolheram com agrado este desenvolvimento que, a ser alcançado, reforçaria a capacidade do ADF para servir de fiador de registo na mobilização de seguradoras para transacções de empréstimos soberanos e reforçaria a limitada capacidade de empréstimo aos mais de 30 países membros regionais servidos pelo Fundo Africano de Desenvolvimento.  

O evento proporcionou aos participantes a oportunidade de partilhar as melhores práticas sobre a forma como os bancos multilaterais de desenvolvimento e os vendedores de proteção de crédito podem trabalhar em conjunto, utilizando estruturas de tranches e de primeira perda. Houve sessões aprofundadas sobre a transação soberana ‘Room 2 Run’, do Banco Africano de Desenvolvimento, que ocorreu em outubro de 2022, e que permitiu a um clube de seguradoras assumir uma posição de primeira perda numa carteira de exposições a empréstimos soberanos de até 400 milhões de dólares, dado o estatuto de credor preferencial do Banco Africano de Desenvolvimento. As sessões também se debruçaram sobre os modelos de transferências de riscos de exposição no Benim, Egito, Costa do Marfim e, mais recentemente, no Togo.  

Numa apresentação, o Secretário Executivo da União de Berna, Paul Heaney, sublinhou que o investimento a longo prazo em África por parte dos fornecedores de seguros de crédito está a aumentar e a diversificar-se. Referiu que Angola, o Egito, a Costa do Marfim, a Etiópia e Moçambique são os países mais expostos. O risco africano não é tão elevado como frequentemente se supõe, embora um forte apoio soberano seja vital para o sucesso, explicou. 

O evento também sublinhou a forma como as parcerias entre o Banco, as seguradoras e as agências de crédito à exportação podem alargar o acesso a financiamento acessível num contexto de volatilidade do mercado global. Olhando para o futuro, o Banco Africano de Desenvolvimento pretende aumentar a capacitação das seguradoras e da ECA, como parte do seu plano de ação de mobilização. 

A Vice-Presidente Sénior Akin-Olugbade salientou a importância da participação das ECAs e das seguradoras nos Market Days do Fórum Africano de Investimento, muitas delas pela primeira vez, vincando que é exatamente isto que se pretende com esta iniciativa.  

O tema deste ano, ‘Alavancar as Parcerias Inovadoras para dar Escala’, foi escolhido para focar e reconhecer os parceiros muitas vezes silenciosos – as companhias de seguros – como investidores-chave que facilitam a evolução de projetos promissores até à conclusão financeira. 

AfDB Insurer & ECA Day 2024